quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Brasil sobe em ranking de TI, mas escassez de talento impede avanços maiores

De acordo com a BBC, o Brasil avançou no ranking de TI, realizado pela Economist Intelligence Unit, o braço de pesquisa e análises da revista The Economist. O investimento em pesquisas e em infraestrutura ajudou o país a subir para a 39ª posição no índice, mas problemas com burocracia e escassez de profissionais de TI qualificados foram fortes empecilhos para que o país tivesse um desempenho melhor.

No ranking, que mede principalmente a competitividade no setor, o Brasil está imediatamente atrás da China e muito à frente de outros países da América Latina, com exceção do Chile, que é o líder regional. "O crescimento da pontuação brasileira na categoria 'pesquisa e desenvolvimento' foi o maior responsável tanto pela evolução na pontuação geral do Brasil, como em sua posição no ranking", disse à BBC Brasil o diretor da BSA no Brasil, Frank Caramuru.

Este quesito, que tem peso maior na pontuação, avalia investimentos públicos e privados, além do número de patentes e valor recebido por royalties em relação ao número de habitantes. Segundo o site, a nota brasileira saltou de 1,6 na primeira edição do estudo, em 2007, para 21,2 na edição deste ano.

Alguns itens da categoria "capital humano" também ajudaram a impulsionar a posição brasileira. O número de formandos nas áreas de ciências e engenharia aumentou, levando o país a ocupar o 8º lugar nessa classificação. No entanto, o Brasil permaneceu estagnado no que diz respeito à qualidade de habilidades tecnológicas, comprovando a escassez de profissionais de TI qualificados para atender a demanda.

Para Caramuru, já se pode falar em uma crise de talento no mercado brasileiro de TI. "A avaliação aponta para a necessidade de um aprimoramento do currículo dos cursos de ciências da computação, bem como de um estímulo a essa opção de carreira entre estudantes", disse. "Hoje estima-se que existam 90 mil vagas não preenchidas neste setor no Brasil, e uma projeção da FGV avalia que, em 2014, esse déficit pode chegar a 800 mil”, completou.

Progressos na "infraestrutura na tecnologia da informação" também trouxeram mais avanços para o cenário brasileiro. Entre os aspectos positivos está a ampliação da telefonia celular, cujo índice de penetração já ultrapassa os 100% (mais de 1 telefone por habitante, na média). Por outro lado, a burocracia no país atrasa a expansão da banda larga e dificulta a absorção de serviços de TI, além de frear a inovação e implantação de TI no Brasil. "Restrições para contratar e demitir são um empecilho especial para o setor de tecnologia e inovação, em que o mercado sofre mudanças constantes e no qual a agilidade de gestão é crucial para se manter a competitividade", comenta Caramuru.
(Fonte - Olhar Digital)

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