segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Em Pequim, internautas terão que usar identidade real em microblogs

O governo de Pequim anunciou que vai dar um prazo máximo de três meses para que os usuários registrem os seus nomes verdadeiros em serviços de microblogs.
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Usuários chineses terão que usar o próprio nome no lugar dos apelidos em microblogs. (Foto: Getty Images)
A medida reforça a política de supervisão de conteúdo considerado pelo governo local como “rumores infundados” e “vulgaridades”. Na verdade, o governo chinês se preocupa com a capacidade que os microblogs possuem em disseminar uma notícia de forma rápida, principalmente em casos de denúncias de crimes e infrações do próprio governo chinês.
Um serviço que será diretamente envolvido nessa decisão é o Sina Weibo, uma versão chinesa do Twitter, muito popular entre os internautas do país. O governo chinês já fez diversos “alertas” ao microblog, “aconselhando” que o seu conteúdo deve ser “aceitável para o Partido Comunista Chinês”.
As regras divulgadas pela mídia estatal chinesa deixam claro que pessoas e empresas terão que se registrar nesses sites com os seus dados reais. Aqueles que não modificarem seus cadastros nos respectivos serviços vão enfrentar consequências legais. Um porta-voz do governo informa que os internautas poderão escolher os seus próprios usernames. Segundo o porta-voz, a medida vai afetar o desenvolvimento dos microblogs, e promete “ajudar” os sites a melhorar os seus serviços.
Um problema das novas regras é que elas não dão detalhes de como elas serão aplicadas, já que existem centenas de milhares de usuários de microblogs no país (e muitos deles, com mais de uma conta registrada). Segundo o analista de internet Wang Junxiu, será difícil para o governo chinês fiscalizar individualmente cada usuário, mas que o objetivo principal, que é inibir os usuários, será alcançado.
A China conta com 300 milhões de internautas registrados em microblogs, e esses usuários não podem utilizar o Twitter e o Facebook no país, que foram censurados pelo governo, que por sua vez argumenta que o compartilhamento de fotos e informações locais compartilhadas globalmente podem “causar instabilidade e danos à segurança nacional”. Seviços como o do Weibo possuem tecnologia para realizar a censura das mensagens consideradas inapropriadas, principalmente quando elas se referem aos escândalos relacionados aos membros do Partido Comunista.
Se a medida obter resultados positivos, pode ser estendida para as cidades de Xangai e Guangzhou.
(Fonte - TechTudo)

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