Nos últimos três anos, cloud computing (computação em nuvem) tornou-se um dos termos mais repetidos no mercado de tecnologia. Além da pressão dos próprios fornecedores, a rápida disseminação desse conceito deve-se ao fato de que ele promete revolucionar o uso dos recursos computacionais, por meio de um ambiente flexível e otimizado.
Há diversas definições sobre o que significa cloud computing. Mas, de forma geral, todas elas convergem para o mesmo conceito: trata-se de um formato de computação no qual aplicativos, dados e recursos de TI são disponibilizados aos usuários como serviço, por meio da internet, e pagos de acordo com o uso. Para que isso aconteça, o modelo se baseia no compartilhamento da memória, da capacidade de armazenamento e de processamento de servidores.
A maneira mais fácil de entender o funcionamento dessa modalidade de serviços é pensar no sistema de e-mail do Google, o Gmail. Por estar na ‘nuvem’, ele pode ser acessado pelos usuários a qualquer hora e lugar, bastando para isso uma conexão com a internet. Por outro lado, a solução não exige a instalação de um programa no computador, já que a mesma roda em servidores virtualizados, espalhados em data centers nos mais diversos países.
Os serviços em cloud, no entanto, não se restringem apenas ao e-mail, mas passam por uma variedade de recursos fornecidos por meio da nuvem, em especial, para atender à demanda das empresas. E boa parte do sucesso alcançado pelo setor até agora deve-se, exatamente, ao aumento no número de companhias que trocam a compra de hardware e software de TI pela contratação de serviços na nuvem. O motivo? Necessidade de reduzir investimentos, ganhar flexibilidade e simplificar a gestão dos ambientes tecnológicos.
A consultoria Forrester Research estima que, neste ano, as vendas de serviços em cloud computing devem somar cerca de US$ 40,7 bilhões mundialmente. E, até 2020, esse mercado tende a crescer quase seis vezes, atingindo os US$ 241 bilhões.
No mercado brasileiro, a consultoria Gartner estima que, em 2011, a oferta de serviços na nuvem pública (veja definição abaixo) movimente US$ 89 bilhões – contra US$ 74 bilhões em 2010. E, até 2015, o setor deve representar 5% dos gastos gerais com TI no mercado brasileiro, somando US$ 177 bilhões.
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Apesar dos números representativos, Pedro Bicudo, sócio-diretor da consultoria TGT Consult, considera que a adoção de cloud computing pode ser considerada tímida no Brasil, se comparado a outros mercados, como Estados Unidos. “Aqui [no País], todas as empresas usam algum ‘serviçinho’ em cloud, mas nada muito robusto”, considera o especialista.
Na mesma linha, o diretor da consultoria IT Data, Álvaro Leal, enxerga que os CIOs (principais executivos de TI das corporações) brasileiros tendem a ser mais conservadores em relação à adoção de cloud computing, do que a média mundial. "E, realmente, não se trata de uma solução adequada para todas as empresas", ressalta Leal.
Outros pontos que pesam para a adoção ainda tímida de serviços na nuvem no mercado brasileiro são a falta de padronização do setor, assim como dúvidas relacionadas à segurança e à privacidade dos dados.
Nuvem pública e privada
Uma das alternativas criadas para dar mais segurança às empresas que querem adotar serviços em cloud é a nuvem privada (private cloud). Como o próprio nome indica, trata-se de um ambiente com todas as características de cloud computing, mas acessado exclusivamente por uma companhia ou um grupo restrito, sem compartilhar os recursos de TI com outras empresas.
Para ser considerado private cloud, o ambiente precisa ser instalado para dentro do firewall da companhia, ou seja, sem ser acessado pela internet.
Apesar dos benefícios de ser um ambiente mais controlado, a nuvem privada, de forma geral, exige um investimento maior em relação à public cloud (nuvem pública). Isso porque, essa última prevê que todos os recursos – e por consequência, os custos – sejam compartilhados com diversos usuários.
Além do custo, outra questão que tende a ser favorável à nuvem pública é a agilidade de implementação dos serviços, já que tratam-se de soluções pré-empacotadas. O que, em contrapartida, pode ser um problema para quem necessita de customizações.
Existe ainda um terceiro formato de contratação de serviços conhecido como nuvem híbrida. Trata-se de uma modalidade que mistura parte dos recursos de TI em uma public cloud e os aplicativos ou infraestruturas mais críticos em private clouds.
Veja na reportagem do Especial Cloud Computing da próxima segunda-feira (22/08) quais os diferentes serviços fornecidos na nuvem.
(Fonte - Olhar Digital)
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