sexta-feira, 16 de março de 2012

FBI quer obrigar Google a desbloquear celulares com sistema Android

Um pesquisador de segurança afirma ter identificado uma declaração do FBI que ordena ao Google destravar qualquer aparelho com o sistema operacional Android. O documento (em inglês) pode ser visto aqui.
Segundo o TG Daily, a decisão do departamento americano veio logo após técnicos falharem em desbloquear o celular de Dante Dears, um cafetão que, supostamente, violou a liberdade condicional por operar uma rede de prostituição a partir de seu smartphone.

Dears saiu da prisão em maio de 2011 depois de ser acusado como um dos fundadores da "Pimpin' Hoes Daily", um grupo de garotas de programa da Califórnia. Ao sair do presídio, Dears usava uma tornozeleira eletrônica GPS, o que teria motivado o bandido a usar um telefone Android para continuar com suas negociações criminosas à distância.
No entanto, o celular em questão possui um "padrão de bloqueio" que impede o acesso aos dados armazenados em seu interior. Diante disso, o FBI quer que o Google forneça as informações de Dears associadas ao smartphone, incluindo nome, endereço, informações de faturamento, números de cartão de crédito, número de segurança social, logins de acesso, e outros dados que possam ajudar a polícia durante as investigações. Além disso, a justiça deve solicitar detalhes sobre os sites mais visitados, tempo gasto na internet, agenda telefônica, fotos e mensagens de vídeo. 
Christopher Soghoian, o pesquisador de segurança que descobriu o documento do FBI, explica que o mandado exige que o Google "providencie recursos para todo e qualquer meio de acesso [ao celular Android], incluindo login e senha, redefinição de senha e/ou código do fabricante padrão, a fim de obter o conteúdo completo da memória 'de um telefone confiscado'".
Soghoian levanta dois fatos sobre os acontecimentos: o primeiro diz respeito ao Regional Computer Forensics Lab FBI (RCFL), a divisão do FBI responsável por hackear e analisar os dispositivos eletrônicos que chegam ao Departamento. O técnico em segurança acredita que os engenheiros do RCFL foram incapazes de usar as ferramentas disponíveis ou não souberam como utilizar recursos de hardware-hacking para vasculhar telefones apreendidos e baixar dados a partir deles.
Em segundo lugar, Soghoian sugere que um mandado pode ser suficiente para fazer com que o Google desbloqueie um celular. O problema é que o FBI pede para que o proprietário do aparelho não seja informado sobre o hack em seu telefone.
Até agora, não se sabe se o Google cumpriu o pedido do FBI.
Vale lembrar que várias agências governamentais enviaram quase 6 mil solicitações de investigação criminal de dados sobre usuários e serviços do Google desde janeiro. O gigante das buscas afirmou que cumpriu com 93% desses pedidos, que incluíam ordens judiciais e sanções do júri.
(Fonte - Olhar Digital)

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