De carona na popularização do uso de tablets e de smartphones, o setor de aplicativos móveis cresce a taxas explosivas, movido pela demanda de usuários finais e empresas. No Brasil, porém, a expansão desse mercado esbarra em um problema: a falta de profissionais capacitados a desenvolver esse tipo de solução.
“Existem muitas vagas de emprego em aberto no País para profissionais que entendam de aplicativos móveis”, afirma André Assef, diretor-operacional da consultoria em recursos humanos Desix. “Há um número sem fim de oportunidades para pessoas especializadas, principalmente, nas plataformas iOS (da Apple) e Android (do Google)”, acrescenta.
Segundo Danilo Altheman, diretor da desenvolvedora brasileira de aplicativos Quaddro, o desequilíbrio entre oferta e demanda de profissionais especializados nesse mercado tem levado grandes empresas no País a terceirizarem parte dos projetos para Índia e China.
Outra saída encontrada pelas companhias locais é contratar profissionais com algum conhecimento em desenvolvimento de sistemas e capacitá-los, internamente, para que atuem com aplicativos móveis. Este tem sido o caminho adotado pela Mobile People, especializada em soluções de mobilidade para grandes corporações e que hoje emprega cerca de 30 desenvolvedores. “Não existem profissionais capacitados no mercado”, conta o diretor-geral da empresa, João Moretti, que completa: “Por isso, na maioria das vezes, preciso formar essa mão de obra”.
Para reverter essa falta de profissionais capacitados, Altheman, que também atua como instrutor na empresa de treinamentos Impacta, está envolvido no lançamento de um recente curso profissionalizante, de 200 horas, para desenvolvedores de aplicativos para iOS. Quanto ao público-alvo, ele explica que a ideia é capacitar os mais diferentes perfis de pessoas, inclusive aquelas que ainda não trabalham com tecnologia, mas têm afinidade com a área.
Altheman destaca que, além de terem um emprego praticamente garantido, os profissionais interessados em trabalhar com aplicativos móveis contam com outro importante atrativo: salários que variam de R$ 180 a R$ 220 por hora. Ou, ainda, têm a chance de lidar com projetos que custam, em média, R$ 20 mil a R$ 30 mil. “Mas já ouvi falar de iniciativas de R$ 180 mil”, pontua.
Outra possibilidade tentadora é desenvolver um aplicativo que caia no gosto popular. “Nos Estados Unidos, já temos muitos casos de pessoas que criaram um game para iPhone que foi um sucesso e ficaram milionárias em um mês”, destaca o diretor da Quaddro. Ainda segundo ele, deve ser apenas uma questão de tempo para que casos semelhantes ocorram no Brasil.
Formação exigida
Entre os requisitos para atuar com desenvolvimento de aplicativos móveis, as empresas e consultorias exigem que os profissionais tenham conhecimentos em linguagens de programação, como .Net e Java. Além disso, precisam entender de negócios e processos, em especial, se quiserem trabalhar em projetos para grandes empresas. “Tem que ser também alguém disposto a estudar bastante para acompanhar o mercado”, avisa Moretti.
Além de oferecer serviços para empresas, esses profissionais têm a chance de montar o próprio negócio, inclusive para criar aplicativos voltados a usuários finais. Neste último caso, contudo, a principal exigência é contar com ideias criativas, para desenvolver soluções inovadoras e que atraiam o maior número de usuários possíveis.
“A área tem atraído os jovens de 20 a 30 anos”, considera Altheman. “E muitos deles preferem trabalhar como consultores, pois isso permite que trabalhem de casa e não fiquem presos a horários”, relata.
Os especialistas consideram, no entanto, que esse bom momento do mercado de trabalho para desenvolvedores de aplicativos móveis não deve ser eterno. Para o diretor da Quaddro, o setor deverá explodir nos próximos cinco anos, mas, a partir daí, só os profissionais realmente bons vão permanecer no segmento.
(Fonte - Olhar Digital)
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